Na noite desta quinta-feira (25), a jornalista Isabela Boscov detonou o live-action de ‘‘A Pequena Sereia’’, da Disney, em seu canal no Youtube. De acordo com a comunicadora no vídeo de 9 minutos, os espectadores saem decepcionados porque o grupo audiovisual pisoteou a memória afetiva deles. Ela afirmou ainda que, após a exibição, prefere mostrar o conto original, lançado em 1989, mas não o que viu recentemente.
‘‘Quando a gente vai falar das versões live-action que a Disney faz dos desenhos clássicos dela como, por exemplo, ‘‘A Pequena Sereia’’, a versão live-action, de 1989, que já estreou nos cinemas, a pergunta nós fazemos ou eu, pelo menos, sempre me faço, é: por que? É claro que é uma pergunta meio boba, porque existe uma razão claríssima para ela que é: muito dinheiro envolvido’’, iniciou Isabela.
Adiante, Isabela explicou o motivo de seu questionamento crítico contra a produção do grupo Disney. ‘‘Eu sempre me pergunto se vale a pena porque, até hoje, não vi nenhuma versão live-action da Disney que tenha sido unanimidade ou perto dela. Em geral, sempre tem uma parte grande do público, principalmente aquela que tem memórias afetivas do desenho original, muito insatisfeito e reclamando muito do original. Quase sempre com muita razão’’.
A comunicadora afirmou que, em sua visão, não crê que vá ser diferente com ‘‘A Pequena Sereia’’, dirigida por Rob Marshall, que já trabalhou em produções como ‘‘Chicago’’ (2002) e ‘‘‘O Retorno de Mary Poppin’’ (2018). ‘‘A gente tem aqui um problema básico e fundamental de conceito. A questão é como ser realista, na medida que um live-action exige, com uma história que se passa boa parte dela com pessoas respirando e falando no fundo do mar’’, disse ela.
De acordo com a analista, o único acerto da equipe foi a escalação da atriz e cantora Halle Bailley, intérprete de Ariel, e mais nada. ‘‘Ela é uma pop star do direito próprio, tem uma voz realmente muito bonita, ela tem um ar de pureza e candura que vai muito bem com esse tipo de personagem’’, disse a jornalista, que em seguida alfinetou. ‘‘Acho, inclusive, que a direção faz com ela exagere nesse tipo dela, mas é uma princesa Disney’’, ponderou Boscov.
Adiante, Isabela Boscov listou o que não deu certo em ‘‘A Pequena Sereia’’. ‘‘O restante do elenco, para começo de conversa. Atores que eu gosto e muito imensamente como: Javier Bardem e Melissa McCarthy, que estão decepcionantes’’, afirmando que o personagem do ator está apagado e a atriz não consegue deixar a Úrsula de forma assustadora em momento nenhum.
Boscov detonou a atuação de Jonah Hauer-King, intérprete de Erick, na trama. ‘‘Ele é tão irresistível quanto a comida de um hospital. Aliás, tem a mesma quantidade de sal. Por mais que eu compreenda que um príncipe Disney não tenha que ter uma sensualidade adulta, sedutora e perigosa, porque tem que ser só romântico, de maneira ingênua, porque é destinado a criança, não precisava ter exagerado assim na falta de personalidade’’.
Para a jornalista, o primeiro musical de frente para o mar do personagem de Jonah é constrangedor. ‘‘Sabe aquela sensação de você estar flagrando uma pessoa em uma situação embaraçosa? Tipo pegar os pais namorando, pois é, foi essa a sensação que tive. Não queria olhar aquilo acontecendo com aquele rapaz’’.
O próximo problema apontado por Isabela foi a questão da animação, que é considerada um clássico e um grande legado dela. ‘‘Ela tem algumas das canções mais bem feitas de toda a história da Disney. Os acréscimos dessa versão ficaram a cargo do Lin-Manuel Miranda, um profissional respeitadíssimo e competentíssimo, mas não é o caso do trabalho dele aqui. Não só nenhuma das músicas novas acrescenta, como a interpretação das músicas clássicas fica comprometida pelo fato disso ser um live-action’’, disparou.
Continuou. ‘‘Os melhores amigos da Ariel são: caranguejo, um peixe (linguado), um pássaro. Na animação, eles são geniais, são talvez os melhores de todos os filmes de princesa da Disney. Só que aqui o foco é o realismo e o pobre do linguado para um linguado já pescado e largado há um bom tempo. Não dá para fazer uma versão antropomórfica dele, porque é um live-action com pretensões realistas e peixes não são conhecidos por sua expressividade, muito menos os pássaros e caranguejos’’, declarou a jornalista
Isabela Boscov afirmou que o live-action anula, logo de cara, 50% do encanto que ‘‘A Pequena Sereia’’ tinha. A Youtuber não gostou também das imagens do live-acction e soltou o verbo. ‘‘A Disney tem optado por uma imagem muito escura. Desenhos animados são vibrantes, coloridos e para se opor eles tem ido para o caminho contrário. Na minha opinião, com um sucesso muito limitado e problemático, porque o fundo é muito escuro. Tudo é mortiço e apagado’’.
Segundo a especialista, a opção da imagem escura muda durante as partes de números musicais e o que dá uma visão totalmente diferente para o público. ‘‘Eles aumentam o brilho e a cor, aí a gente vê como teria sido diferente, muito menos cansativo, do ponto de vista visual, se eles tivessem feito essa concessão. Mas elas estão ali para esconder efeitos nem sempre muito bem acabados’’.
‘‘Metade dos espectadores sai decepcionado sentindo que a Disney pisoteou nas memórias afetivas deles. Se eu tiver que mostrar a história da Pequena Sereia para uma criança, vou mostrar o conto original, a animação maravilhosa de 1989, ou as duas coisas, mas não o live-action’’, disse Isabela.
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