Erika Fernandes, influenciadora digital e mulher trans, passou por um grande susto nas redes sociais. A blogueira de vinte e nove anos e empresária, mãe de Noah, com apenas um aninho de idade sofreu uma penalidade do TikTok e entrou em desespero. A plataforma derrubou um vídeo da criadora de conteúdo amamentando o filho, alegando que o registro violava as diretrizes da comunidade. Indignada com a situalção, a personalidade da mídia tentou recorrer solicitando a restauração do material e recebeu uma negativa como resposta. Procurada pela Coluna Adriel Marques – EM OFF, a loira abriu o jogo o ocorrido em pleno Mês do Orgulho LGBTQIAPN+.
Confira na íntegra o posicionamento do TikTok, após remover o vídeo de Erika Fernandes com o filho: “Nossa prioridade é permitir que jovens explorem e aprendam com segurança durante suas fase únicas de desenvolvimento. Não permitimos a exploração e abuso de jovens, incluindo pornografia infantil, nudez, predaçã sexual, extorsão sexual, solicitação sexual, pedofilia, abuso físico ou psicológico de jovens. Isso se aplica a conteúdo real, fictício e criado digitalmente, apresentado como obras de arte ou objetos”.
Fernandes fez um desabafo emocionante para este colunista: “Me invalidaram enquanto mulher, enquanto mãe. Eu continuo sendo invalidada até hoje tanto nas marcas, como nas páginas também e não me glorificam como mãe e talvez por eu não ter gestado e muito menos pelo papel da amamentação. Eu não recebo muitas parabenizações por isso e creio que passo pelos dois processos da sociedade, machismo e transfobia. Elas me cobram pelo papel de mãe e se eu der um erro ou não faço, já me cobram pelo papel de pai”.
“Dizem que eu sou pai e é biológico, é o meu extinto de homem. Hoje as pessoas e as marcas dão mais visibilidade para o meu ex-marido por ser o pai que está cuidando do filho, o pai presente e que cuida. Não que não seja ótimo ter esse apoio dele, a presença dele nas memórias afetivas do Noah. Mas e eu como mãe não mereço ser reconhecida também? Como mãe que sou, me desliguei das redes sociais e do trabalho para me dedicar 100% ao meu filho. Ensinei ele a falar, dar os primeiros passos e não recebi nenhum elogio por isso. Creio eu que dentro da sociedade machista, eu não estou fazendo mais do que o meu papel como mãe. Não tem nada de gratificante nisso para as pessoas, ao contrário do pai, que só porque dá um banho, troca a fralda ou brinca com a criança é o melhor do mundo”, desabafou Érika.
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Conheça a história de Erika Fernandes
“Eu comecei na área de criadora de conteúdo digital faz cinco anos. Quando iniciei era mais lifestyle, mostrando o meu dia a dia e processos de cirurgias que eu fiz. Foi quando comecei a ganhar meu público, por mostrar resultados das cirurgias, maquiagens e também falar de moda. Eu já tinha um sonho de ter um filho e inicialmente eu pretendia fazer como barriga de aluguel, entende? Não imaginava que poderia fazer um filho, então achava que poderia ser barriga de aluguel ou adoção”, disparou a influencer silenciada pelo TikTok Brasil.
Érika Fernandes revelou como conheceu o pai da criança: “Eu estava mais propícia pela adoção, até que comecei a me relacionar com homens trans e daí foi quando eu vi a possibilidade de ter um filho biológico meu. Mas no início e quando eu comecei essas relações, eu era bem nova e tinha acho que vinte três anos. Ainda estava distante de querer ter um filho, porém, já tinha colocado uma meta que até os 30 anos eu teria um filho. Fui passando de relacionamentos, até encontrar o pai do meu filho e que já era uma pessoa mais velha também”.
“Ele é quatro anos mais velho que eu e já tinha uma maturidade também e uma independência financeira. Quando eu o conheci, ele tinha uma hamburgueria e queria ter filhos, então nos relacionamos por um anos e tivemos a conversa sobre ele gestar e um filho biológico nosso. A possibilidade pra ele era bem distante, porque não queria gestar e não se via um homem grávido. A gente foi amadurecendo as possibilidade e essa ideia na cabeça dele, até que ele topou. Depois de dois anos juntos namorando foi que decidimos colocar em prática o nosso sonho, o sonho de ter um filho”, disse a famosa da internet.
“A gente ficou um ano e meio parando de tomar hormônios e conseguimos engravidar. Durante o processo da gestação eu ficava pensando: ‘Como é que o meu filho vai ser amamentado?’. Porque ele tinha o processo da mastectomia, então já não podia mais amamentar. Eu lembro que logo no meu início de transição e já tenho sete anos de transição, logo no começo eu tive um caso de lactação e eu não sabia que era uma lactação. Eu estava com excesso de hormônios e comecei a lactar, só que eu não sabia que era leite mesmo e que eu produzia”.
“Daí veio essa coisa na minha cabeça: ‘E aí, como será que meu filho vai ser amamentado? Será que vai ser só por fórmula? Será que eu não consigo amamentar?’. Desde sempre eu gostei de biologia e é uma matéria que me deixava bem curiosa. Eu me dedicava e minhas notas sempre foram boas, sempre gostei dessas coisas do corpo humano ou animal”.